Jardim do Torel

O Jardim do Torel esconde-se na arriba nascente da Avenida da Liberdade, em plena Colina de Sant’Ana.

No Campo Mártires da Pátria, seguimos pela Rua Júlio de Andrade, à direita da Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, cruzando os luxuosos palacetes de outros século, perfeitamente cuidados e recuperados. À entrada do jardim, o grande portão de ferro. Estes terrenos pertenciam à Quinta do Desembargador Cunha Thorel, de onde vem o nome Jardim do Torel, antes de serem entregues à Câmara Municipal de Lisboa no final dos anos vinte do século XX.

A partir de 1930, constrói-se este magnífico jardim sobre os socalcos da encosta. Embora erguido fora da época romântica, guarda alguns dos seus traços, tal como dita a urbanística em seu redor: o lago com estatuária no largo da entrada, trilhos sinuosos rematados por calçada portuguesa, os lugares de contemplação em banco de madeira sob as enormes árvores, os candeeiros trabalhados em ferro forjado e o busto em bronze do pianista e compositor português José Vianna da Mota.

A vista do Miradouro do Torel justifica a visita ao jardim, embora não seja muito ampla. Sentados nos bancos, por trás da grande alta de ferro, Lisboa mostra-nos a sua face ocidental até ao rio. Avista-se a urbe da Colina de São Roque, o Miradouro de São Pedro de Alcântara, e as árvores da Avenida da Liberdade a espreitarem acima dos edifícios. Se chegarmos próximo da hora do pôr-do-sol ainda vemos os últimos raios de sol a esconderem-se por trás da colina.

Junto ao gradeamento existem umas escadas de acesso a outro piso inferior, sem jardim, mas com quiosque e uma bela esplanada.

É muito comum vermos leitores sentados nos bancos do miradouro a gozarem o livro no silêncio da paisagem. Por isso mesmo, a panorâmica é o principal argumento turístico do jardim.